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Como eu superei o medo de falar em público: dicas valiosas

Foto do escritor: Felipe CavalcanteFelipe Cavalcante

Duas coisas a meu respeito surpreendem as pessoas: que eu sempre fui muito tímido e que eu não sabia e tinha medo de falar em público.

Hoje eu vou falar sobre como eu consegui superar o medo de falar em público e dividir com vocês algumas dicas e técnicas que podem ser bastante úteis.

Sempre lembro da reação da esposa de um grande amigo meu ao me ver dar um discurso para mais de mil pessoas em um evento repleto de governadores e ministros.


Ela disse que a última pessoa do mundo que ela imaginaria fazendo isso com tal desenvoltura era eu. Afinal de contas, o Felipe que ela conhecia na escola era um garoto tímido e sem nenhuma liderança ou destaque especial.

Eu me lembro bem quando isso começou a mudar. Foi no início do primeiro período da Faculdade de Administração da FESP/UPE em Recife. Eu simplesmente cheguei à conclusão de que não saber falar em público iria me prejudicar no futuro.

Eu fui para uma reunião da Associação Atlética e alguém perguntou quem iria dar a notícia nas classes. Eu estava em pé, atrás de todo mundo, e mesmo nervoso e suando consegui levantar o braço. Parecia que tinha um peso de uma tonelada nele. Uma luta imensa dentro de mim, com uma voz dizendo para eu não fazer isso e outra dizendo para eu ir em frente.

Sai dali direto para falar o que tinha que ser dito nas salas de aula. Só consigo me lembrar de duas coisas. A primeira foi a minha fala desconexa para as pessoas e a enorme gargalhada que elas deram quando eu sai da classe. A segunda coisa que me lembro foi de tomar a decisão de não desistir e continuar indo de classe em classe.

A estratégia funcionou e ao final da faculdade falar nas salas de aula era algo absolutamente natural para mim.

O outro grande momento de definição para mim foi quando eu fui convidado para ser presidente da ADEMI/AL, a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas em 2005. Confesso que o maior ponto negativo para que eu aceitasse o convite era ter que falar em público e dar entrevistas.

Me vinha à cabeça uma entrevista ao vivo que minha mãe deu e eu acompanhei onde tudo foi um caos nos bastidores. Ela, como sempre, lidou com muita naturalidade e falou muito bem, mas eu sempre me perguntei como eu reagiria em uma situação como aquela.

Interessante que esse problema não era somente meu. Lembro bem de um amigo que também foi convidado para a Presidência de uma importante entidade e ele chegou a me dizer que não aceitaria porque não sabia falar em público. Graças à conversa que ele teve comigo, onde eu expliquei o meu histórico e a minha experiência, ele não só aceitou, como tem até hoje uma exitosa carreira institucional e nem deve mais se lembrar do medo que tinha de falar em público.

No final, acabei aceitando o convite para presidir a entidade e coloquei mãos à obra.

Me preparei, como sempre procuro fazer. Li livros e fiz curso de como falar em público.


Escrevi com cuidado o meu discurso de posse e treinei por um mês. Acabei fazendo um belo discurso, elogiado por todos e com isso adquiri uma importante confiança inicial.

Na entrevista que fiz para o meu podcast com o meu ídolo no mercado imobiliário, Romeu Chap Chap, ele falou que deu o conselho para o Flávio Amary preparar para sua posse na Presidência do SECOVI/SP um discurso impactante, um verdadeiro cartão de visitas. E isso ele fez, fazendo um discurso que reverberou em todo o setor imobiliário brasileiro e o catapultou automaticamente à uma posição de liderança. Quando conversei com o Flávio em outro episódio do meu podcast, ele confirmou isso e deu detalhes da preparação do discurso, que incluiu até um retiro de final de semana com a diretoria do SECOVI/SP.

Hoje em dia tudo isso passou e eu me sinto totalmente confortável ao falar em público ou dar entrevistas. Por isso, vou dividir com vocês algumas dicas e técnicas que eu utilizei nessa caminhada.

· O ponto mais importante de todos é você estar preparado. Quanto mais preparado você estiver, mais seguro estará de falar em público.


· Se você domina o assunto, relaxe e apenas fale sobre o que você sabe.


· A prática faz o mestre. O hábito faz o monge. Pratique sempre que puder. A repetição fará a coisa toda parecer natural com o passar do tempo.


· Não se cobre muito no início. Existirão erros e tudo bem com isso. Não se martirize.


· Você não vai lembrar de falar tudo o que queria falar se não tiver um discurso por escrito. Vai esquecer vários pontos. Relaxe. Isso é normal.


· No início eu me preparava por semanas para eventos mais importantes. Eu treinava no espelho e chegava em um ponto em que eu sabia praticamente decorado o texto. E esse é exatamente o segredo dos TED Talks. Quem vê aquelas pessoas falando com tanta naturalidade, não sabe que na verdade praticamente todos ali estão falando texto decorados ao longo dos seis meses anteriores.


· É comum ver líderes lendo discursos preparados por terceiros. Eles são tão ocupados que acham que preparar um discurso ou apresentação não merece o tempo deles.


Estão errados. É fundamental que a pessoa prepare pessoalmente suas apresentações e textos ou que pelos menos revise-os pessoalmente e dê seu toque pessoal.


· Também é comum ver líderes lendo textos genéricos e estatísticas disponíveis a todos, sem agregar nada aos presentes. As pessoas esperam ouvir dos líderes a sua visão de futuro e análise e interpretação dos acontecimentos.


· Nenhum discurso pode ter mais do que sete minutos. Depois disso, todo mundo começa a perder a atenção. Lembro de um grande amigo, super líder empresarial, que fazia discursos de mais de 40 minutos, afinal ele tinha tanta coisa para mostrar... O problema é que o tiro saía pela culatra. Ele saia menor do que tinha entrado, com todos falando negativamente dele.


· Evite a formalidade de citar todas as autoridades presentes. Isso não faz sentido no mundo atual e você ainda corre o risco de cometer alguma gafe ao esquecer de mencionar alguém. Só faz isso hoje em dia quem quer demonstrar prestígio.


· É comum a pessoa ficar com medo e visualizar o fracasso no palco. Ela se vê gaguejando, esquecendo as palavras, as pessoas rindo dele ou entediadas. Faça o contrário e visualize o sucesso sempre que a dúvida chegar. Visualizar você sendo aplaudido, tendo uma postura segura, a plateia interessada. A atitude mental faz toda a diferença.


· No início, você pode até ler os discursos, pelo menos até adquirir segurança. Com o passar do tempo você já não vai mais precisar. Por outro lado, mesmo quando já tiver dominado seus medos e as técnicas e estiver à vontade de falar em público, sempre prefira um discurso escrito em eventos solenes e importantes.


· Só tente utilizar truques de retórica e falar como os grandes tribunos se você tiver o dom. Senão, tente falar de maneira mais casual.


· Se for ler um discurso, coloque letras grandes e com grande espaço entre as linhas.


· Ao ler um discurso, utilize o seu dedo como acompanhamento para saber qual linha você está lendo.


· Os grandes oradores utilizam as pausas em seus discursos. É só ver um discurso do Obama para você entender do que estou falando. Apesar de saber disso, até hoje não consegui fazer isso. Tenho tendência para falar rápido e me preocupo em o discurso não demorar muito. Se puder, utilize as pausas.


· Por outro lado, não fale devagar demais. A velocidade do cérebro é muito maior do que a da fala. Se você falar devagar demais, os cérebros dos ouvintes perderão o foco e a atenção.


· Revise seu discurso lendo-o em voz alta.


· Antes de começar a escrever o seu discurso, liste quais são as idéias principais que você quer passar.

Por fim, a principal conclusão a que chegou nem é sobre falar em público, mas sim sobre como é possível as pessoas mudarem. A minha história é um grande testemunho nesse sentido. Nenhum de nós é hoje igual a dez anos atrás. E se for tem algo muito errado. Evoluir, ou ao menos querer evoluir, é natural. Tenha isso em mente e não diga que você é de tal maneira, pois você apenas está daquela maneira naquele momento. Todos podem mudar, em especial se for para crescer e melhorar as suas vidas. Acho que vale à pena ao menos tentar.

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