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Já pensou na diferença entre operação, gestão e liderança, inclusive em empresas em dificuldade?

  • Foto do escritor: Felipe Cavalcante
    Felipe Cavalcante
  • 29 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

No começo de qualquer empresa o empreendedor faz tudo, sabemos disso. Mas com o passar do tempo e com o crescimento da empresa é claro que ele precisa formar sua equipe e delegar. Alguns tem sérios problemas em lidar com isso, até porque não existe um momento, um ponto, onde fica claro que isso deve acontecer. É um processo, inclusive, pelo qual o empreendedor geralmente nunca passou antes. Não existe manual, livro ou escola que ensine isso, até por ser cada caso único.


Com o sucesso e fortalecimento da empresa cada vez mais o foco do empreendedor deve ir migrando da operação para a gestão e dessa para a estratégia. Isso gera muita angústia, pois o empreendedor fica com peso na consciência de que deveria estar mais presente na operação e na gestão. Na grande maioria dos casos não há na verdade uma passagem de bastão completa, estando o empreendedor presente, em maior ou menor grau, nas três fases.


Também não ajuda a cultura popular que valoriza o líder que bota a mão na massa e mostra que sabe fazer. Tudo bem, acho bacana e entendo que deva acontecer ocasionalmente em alguns momentos específicos que a empresa precisa. Porém, não é esse o papel do líder dentro de uma empresa. Lógico que ele precisa ter o mínimo de contato com o que acontece na empresa, mas no final das contas ele é insubstituível em seu papel de farol da empresa e nele deve focar.


Depois que o empreendedor começa a deixar de executar as tarefas pessoalmente, ele sobe um degrau para a gestão. Nesse momento, o maior foco dele está no gerenciamento do dia a dia, na elaboração de planos e orçamentos e nos controles.

Já quando a empresa realmente cresce e adquire escala, o papel do empreendedor passa a ser prioritariamente o de liderança, o que inclui definir a visão e a direção da empresa, o alinhamento e motivação entre as pessoas e departamentos (é o famoso colocar todo mundo para remar na mesma direção), antecipar tendências, fazer benchmarking e fechar grandes negócios.


Em resumo eu diria que enquanto o papel do gestor é olhar para dentro e para baixo, o papel do líder é olhar para frente e para cima.


E como sempre dá para complicar mais, essa fórmula não se aplica muito a empresas em crise financeira, quando muito do foco da empresa e seus gestores e líderes passa a ser administrar o passado e não mais o futuro ou melhorias operacionais.


Uma das grandes lições que aprendi ao passar por inúmeras crises em minhas empresas é que é fundamental nesse momento, mais do que em qualquer outro, haver uma divisão ainda maior entre gestão e liderança. A tendência é de que todos fiquem presos na espiral de problemas e sem ânimo para pensar no futuro ou construir soluções. Passa a ser uma gestão passiva, tentando resolver problemas e apagar incêndios.


Assim, mais do que nunca, é fundamental haver uma gestão operacional cuidando desses problemas enquanto o líder corre atrás de achar soluções, aumentar as vendas, fazer parcerias e encontrar funding.


Sem essa divisão de atribuições, as chances de uma empresa superar momentos de dificuldades diminuem consideravelmente.

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