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Foto do escritorFelipe Cavalcante

Mercado imobiliário tem retomada de crescimento na região Nordeste

Os últimos anos foram os mais difíceis na história do mercado imobiliário nordestino, mas felizmente os ventos estão começando a mudar. A estabilidade econômica e as reformas macroeconômicas em andamento terão grande impacto no setor. A confiança no futuro é o grande motor de crescimento do setor e ela está voltando, amparada em taxas de juros e inflação estruturalmente baixas, na redução do desemprego e na retomada do crescimento.


Neste novo cenário, os bancos já começam a dar sinais de maior apetite pelo risco e a reduzir taxas de juros para o segmento imobiliário. E o melhor ainda está por vir. O setor passará a conviver com taxas até então inexistentes no Brasil, diminuindo o valor das parcelas e atraindo milhões de clientes para o setor.


Em todo o País, e no Nordeste não é exceção, os estoques estão se reduzindo com a velocidade de vendas sendo superior aos novos lançamentos, o que leva a um quadro de retomada de preços.

No Nordeste ainda houve um fator adicional: a chegada' e saída abruptas — e algumas vezes estabanadas — de grandes incorporadoras nacionais. Se de certa forma isso afetou no curto prazo as incorporadoras locais do Nordeste, reduzindo a velocidade de vendas, também teve a capacidade de reforçar a imagem das empresa regionais perante seus mercados. Por mais que também tenham passado por problemas, conseguiram manter seus relacionamentos com clientes e conetores, absorveram tecnologia, melhoraram a governança e estão em posição de tirar proveito do próximo ciclo de crescimento que se aproxima.


É sempre importante relembrar que o Nordeste não é uma região homogênea, afinal, a Bahia tem o tamanho da França, por exemplo. Várias realidades diferentes são encontradas não só em cada estado mas em cada cidade e até em bairros. Ainda assim, existem certas tendências soba, os principais segmentos:


Residencial: recuperação será lenta, sempre mais lema do que São Paulo, mas virá. A demanda é real. a população continua a crescer, os juros devem cair a população retomará as compras. Já os empresários estarão mais seletivos e certamente cometerão menos excessos.


Imobiliário-turístico: o boom da multipropriedade afetará fortemente os destinos turísticos do Nordeste. Segmento do mercado imobiliário que melhor desempenho teve durante a crise imobiliária e atrelado à nova economia compartilhada, o setor de multipropriedade proporciona o sonho da casa de praia para milhões de brasileiros. Se cresceu tanto na crise, quem dirá em épocas de vacas gordas.


Hotelaria: enquanto a hotelaria tubuna sofreu com a crise econômica, o setor de resorts teve excelente desempenho, em especial pelo câmbio favorável e pelo fenômeno dos resorts All Inclusive e empreendimentos de uso misto com hotelaria, clubes de férias e parques aquáticos. As perspectivas são positivas com a retomada da economia e a manutenção de certa estabilidade cambial.


Loteamentos: houve um boom de loteamentos no Nordeste nos últimos anos, inclusive no interior e em cidades menores. O setor não foi tão afetado pela crise quanto o segmento residencial, e já ensaia a sua retomada. O despertar do mercado financeiro pelo setor tem ajudado a expansão e estruturação das empresas.


Minha Casa, Minha Vida: Crucial para a população e para o mercado imobiliário nordestino, o programa tem sofrido com as mudanças de governos e atrasos nos repasses. Certamente, passará por ajustes tanto operacionais quanto de funding, enquanto o Governo federal estuda qual será o novo modelo de financiamento à habitação social no Brasil. Feitos os ajustes, seguramente continuará a ter papel central no setor imobiliário nordestino.


Por fim, espera-se que a retomada da confiança dos consumidores, o cenário econômico positivo e o excesso de liquidez dos próximos anos afetem positivamente o mercado imobiliário nordestino, inaugurando mais um ciclo positivo para o setor na região.


Felipe Cavalcante é empresário do setor CEO do ILOA Resort e presidente de Honra da ADIT Brasil.

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